Realizado pelo coletivo Mixegenação, o Grito Rock Pindamonhangaba surge como uma cartada de incentivo aos arranjos criativos do Vale do Paraíba.
Cartaz do Grito Rock Pinda, que começou no último dia 26
Com programação extensa iniciada esta semana, o festival reúne uma série de agentes vindos de cidades próximas, dentre produtores e atrações. Logo em sua primeira edição, o evento é grande laboratório para uma rede de festivais que está sendo fomentada na região.
Uma das principais articuladoras do setor cultural no Vale, Andréa Batista é gestora do coletivo Mixgenação, em Pindamonhangaba (SP).
Pelo menos seis pontos do Vale estarão conectadas: Taubaté, Santo Antônio do Pinhal, Bananal, São José do Barreiro, Guaratinguetá e Roseira. “Esses municípios recebem bem as atividades culturais, tem grupos e pessoas interessadas em desenvolver um circuito regional”, conta Andréa Batista, coordenadora do projeto, que, segundo ela, até 30 de março já trará os primeiros feedbacks das experiências.
O objetivo é preservar as características locais, sem perder o toque do vanguardismo e a potências das conexões em rede. “O coletivo é parte do Fora do Eixo, movimento que puxa do Grito Rock mundialmente. Existem centenas de outras iniciativas dentro dessa rede e, junto com elas, abriremos mais um campo de intercâmbio cultural no Vale”, ela explica.
A ideia é que a rede funcione de forma colaborativa e autogestionada e que, rapidamente, vire um ponto certo de artistas e bandas do segmento independente. “Nos disponibilizamos a movimentar as cenas e a estimular o surgimento de novos protagonistas e produtores”, afirma a produtora cultural.
Debate sobre o livro “Tive Um Sonho Pornô”, que estreou a tour de divulgação do escritor Fábio Chap.
Mas não só de música viverão as produções. O Grito Rock Pinda, por exemplo, deu start em sua agenda levantando a tags da distribuição alternativa de obras literárias. Com cerca de 50 expectadores na transmissão online, o lançamento local do livro “Tive Um Sonho Pornô”, de Fábio Chap, foi o principal tema do debate que iniciou o festival. A ação também fez a estreia da tour de divulgação do escritor.
A partir da diversidade de linguagens, da dinâmica em rede e dos processos colaborativos, o circuito microregional se apresenta como uma promessa de agitação cultural em São Paulo.