Coluna Mato Grosso circula por sete cidades no Grito Rock

Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Primavera do Leste, Sinop, Colíder, Peixoto de Azevedo e Rondonópolis estiveram na rota.

A capital de Mato Grosso, Cuiabá, foi o berço em 2003 do maior festival integrado do Mundo, o Grito Rock. No estado, até o ano passado o festival havia sido realizado onze vezes em Cuiabá e duas em Sinop. Em 2014, o festival alcançou sete cidades, fortalecendo a rota de circulação de bandas, produtores e jornalistas no estado.

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Concomitantemente ao Grito Rock, como parte do projeto Colunas Fora do Eixo, foi realizada a primeira Coluna no Mato Grosso. O intuito era conhecer as realidades de cada uma dessas cidades que realizaram o festival, entender as maiores dificuldades que os produtores locais enfrentam para produzir eventos voltados à valorização da cultura local, conectando-os com outras cidades do entorno por meio de intercâmbios de artistas no próprio estado.

Foram 26 dias e, entre idas e vindas, um total de 3.238km rodados por sete cidades que realizaram o Grito Rock em Mato Grosso. A edição que estreou essa cadeia de Gritos foi a 1º edição do Grito Rock em Primavera do Leste, cidade a 240km de Cuiabá. Em uma estrutura para cerca de mil pessoas na beira da orla da cidade, local que nunca havia sido realizado eventos, o Grito Rock Primavera do Leste foi um marco na história de produções culturais voltado para o autoral na cidade.

Na semana seguinte a Coluna partiu para Sinop, cidade a 500km de Cuiabá, a única além da capital que já havia realizado Grito Rock antes. Sinop é considerada hoje a principal cidade no Estado no que tange a produção de shows e circulação de bandas do Estado. Na tarde do dia 21 aconteceram três momentos de debates na Oficina da Mata, espaço cultural responsável pela realização do Grito Rock: primeiro sobre a Mídia NINJA, seguido de debate acerca do desenvolvimento da cultura autoral no Estado de Mato Grosso, finalizando com palestra sobre a realidade do setor turístico local.

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À noite, o Bar Xingú, principal espaço de shows em Sinop, abriu as portas para a realização das apresentações musicais. No dia seguinte a programação fez parte da campanha Grito Gay, que contou com um debate com o tema “Alternativas de Organizações LGBT”, mediada pela produtora cultural Silvia Santos. À noite a programação seguiu com discotecagens.

Em Cuiabá o Grito Rock chegou à sua 12ª edição com uma proposta inovadora de ocupar por um curto espaço de tempo uma casa noturna da cidade. A antiga Zum Zum, bar GLS que funcionou por 10 anos no centro da cidade, teve suas portas abertas no dia 22 de março com o nome de Berro Pop Up Club, com dois ambientes durante a noite toda, Feira Mix, seis DJS e nove shows de bandas de todo o país.

Lurdez da Luz no Grito Rock Cuiabá

Lurdez da Luz no Grito Rock Cuiabá

De Cuiabá, a equipe de produção subiu a serra até Chapada dos Guimarães para promover o primeiro Grito Rock na cidade no dia 29 de março. Com uma programação de 11 bandas de todo o estado, a edição de Chapada foi prejudicada por um apagão que durou mais de quatro horas afetando a cidade e parte de Cuiabá. Com isso, o evento foi adiado para 30 de março. Ainda que contando apenas com metade do line up original, o evento foi realizado e cumpriu com os objetivos de ocupação da cidade e aproximação de agentes locais com agentes de todo o estado.

Na semana seguinte a Coluna MT partiu para Colider. A primeira agenda contou com um debate sobre a cultura local com participação ativa de agentes e representantes políticos. À noite aconteceram as apresentações musicais no espaço onde é realizado a Feira da Lua, principal feira que acontece na cidade.

Na manhã seguinte, mediado pelo Anderson Zanovello, produtor do Grito Rock em Colíder, aconteceu um encontro entre a Coluna MT e os integrantes da Associação de Skate de Colíder, alinhando os próximos passos de desenvolvimento de espaços para a cultura urbana na cidade. Ao final do encontro, o prefeito da cidade, Nilson Santos, compareceu para ouvir as principais urgências que a juventude de Colíder demanda.

Partindo de Colíder direto para Peixoto de Azevedo, a Coluna MT se reuniu na pracinha da igreja com diversos jovens, que liderados pelo produtor do Grito Janderson Milhomens, movimentam a cena musical independente na cidade. Em Peixoto o festival foi marcado como o Grito da Resistência, pois autoridades locais usaram de vários meios para impedir a realização do Grito Rock, inclusive cancelando a locação do espaço no ato do evento. Por fim, uma das colaboradoras da cena levou toda equipe e público para a oficina mecânica do pai, que cedeu o espaço para realização do Festival, onde se apresentaram bandas locais e regionais, legitimando uma grande guerrilha pra conseguir desenvolver a cultura, pois a prefeitura quer extinguir qualquer iniciativa cultural que surja na cidade.

A Coluna MT chega em Rondonópolis fechando o ciclo de Gritos pelo Mato Grosso assim como iniciou, com o pé direito, com um púbico de mais de 1mil pessoas, bandas de Rondonópolis, Primavera do Leste e Campo Grande – MS, subiram no palco no Casarão do Caiz. Organizado pela jovem produtora Cristal Sofia, o Grito Rock Rondonópolis foi considerado por diversas figuras importantes do cenário local como o melhor evento na história da cidade, tanto no quesito organização como programação musical.

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Esse projeto levou a oportunidade de lugares com movimentações locais já interessantes a ganhar visibilidade a nível regional e nacional. Além disso, essa rede de contato criada entre os municípios que realizaram o projeto vai dar continuidade a ações de estímulo a produção cultural e autoral no Estado de Mato Grosso, fortalecendo assim as rota de circulação do que é produzido no Estado. A primeira ação colaborativa é o Congresso Fora do Eixo Mato Grosso, o encontro da rede, que visa o planejamento das próximas ações de consolidação dessas rotas. Esse encontro acontece nos dias 30 e 31 de Maio e 01 de Junho, em Sinop. Nos próximos dias serão abertas as inscrições para interessados em participar.