O Amapá recebeu a 10ª edição do festival no último final de semana

Enfim, 10 anos

O Grito Rock Amapá completa sua 10ª Edição e consolida Macapá como uma das cidades mais antigas a realizar o evento (esta é a 14ª desde a criação), que hoje acontece no mesmo período em centenas cidades do Brasil e do exterior. Esta edição local do projeto também foi considerada a melhor de sua história e marcou o início de um novo ciclo para a cadeia produtiva independente no Amapá.

As apresentações do dia 04 de Março, estavam previstas para Santana, mas acabaram sendo transferidas para Macapá, o que fez o evento na capital ficasse com nada menos que 16 bandas e 6 Dj’s. Isso fez com que a Praça da Bandeira recebesse mais de 5 mil pessoas nos dois dias, que além da parte musical teve oficinas de desenho, artesanato e sonorização, rodas de conversa e de leituras, contação de historias, pedido de casamento (ela disse sim) e muita comemoração com Rock, Hip-hop e Música eletrônica.

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A palavra comemoração é um termo bem adequado para a atividade, já que depois de 10 anos, é possível dizer que temos em Macapá pessoas que eram criança e que já entenderam o mundo com um festival autoral em sua cidade. Que já alcançaram a maioridade. Que cresceram convivendo com o evento e desde sua infância já vinham se identificando com a movimentação. Em tempos em que tudo evolui em uma velocidade espantosa, pode ser dito que uma geração de pessoas da cena local está dentro de todo este processo e que o processo faz parte deles.

No palco, todas as bandas fizeram a sua parte para fazer do conjunto de suas apresentações uma mistura de profissionalismo, amor pelo que se faz e um espírito colaborativo que é a base de toda esta construção. Bandas como Relatos de Rua, O Sósia, Psychocandy, Morrigam, Sislop e Stereovitrola ajudaram a enriquecer ainda mais as noites dos espetáculos, onde o público pode ter acesso gratuito a um espaço que transpirava liberdade.

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A realidade disto pode ser observada no ambiente onde pessoas novas e antigas se abraçavam e celebravam. Além da satisfação de produtores, músicos, fotógrafos, jornalistas, midialivristas e público em geral que fez parte da construção de tudo, através do trabalho colaborativo. Muitas pessoas comentaram que reencontraram amigos que a tempos não se via. Membros de bandas relataram após sair do palco que “tocar no Grito Rock era nada menos que a realização de um sonho”.

Bio Vilhena, um dos mais antigos produtores independente de Macapá, resumiu bem este momento ao dizer que é preciso avaliar até que ponto os produtores envolvidos estavam cientes de como tudo estaria uma década depois do inicio, e reafirmou a ideia de pensar um calendário para mais 10 anos. “Se trabalhamos com isso até hoje é preciso acreditar que ainda estaremos trabalhando daqui a muito tempo, então o melhor a fazer é nos planejar para daqui para frente”, conclui.

A ideia de turnês e circulação de agentes locais vai continuar, e todos esperam que depois de toda essa avaliação, estejamos no momento de iniciar este novo ciclo, pois quem esteve nesta jornada continua concordando de que valeu muito a pena ter chegado ate aqui.

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Veja cobertura fotográfica completa em: http://bit.ly/1RALbvv

Paulo Zab – Um dos que curte demais ser um expectador de tudo isso.

Agradecimentos:

Circuito Fora do Eixo: Parece que foi ontem (na verdade não parece mano. 10 anos) que uma figura de Cuiabá entrou em contato pelo MSN, porque ficou sabendo que tinha um grupo aqui Macapá querendo explicar como é gostar de rock pra quem mora na Amazônia. Ele apresentou a proposta do projeto e daí aconteceu toda a conexão necessária para que a iniciativa continuasse até hoje. Essa figura era nada mais nada menos do que Pablo Capilé, que hoje não mora mais em Cuiabá. É preciso reconhecer que já é difícil olhar pra Amazônia hoje em dia, imagine a 10 anos?

Prefeitura de Macapá: A participação da Prefeitura Municipal de Macapá nesta edição do Grito precisa melhor registrada. Foi a própria administração que visualizou que um projeto cultural que atravessa uma década esta mais pra nível de uma iniciativa cultural de estado do que de governo. Poucas vezes encontramos diálogos com instituições que sabem a importância da produção cultural independente. É um bom sinal saber que a visão de o estado cumpre seu papel de gestor a partir do momento que deixa a produção nas mãos da sociedade. A Prefeitura também aceitou a proposta de trazer a programação de Santana (cidade onde os gestores ainda não tem a mesma visão) para Macapá. Além disso, a Prefeitura vem buscando entender que as tribos alternativas não são caso de policia e garantiu um evento com segurança sem precisar da presença coercitiva. Isso mostra mais uma vez que a melhor alternativa é a formação de uma policia desmilitarizada.

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Ao super papo com alguns propulsores de estimulo para este projeto contínuo que é movimentado coletivamente: Gratidão Bio Vilhena, Cláudio Silva, Mar, Geison Castro, Alexandre Avelar, Júnior Santos, Hanna Paulino, Michel Lawrence, Patrick Oliveira, Danilo, Léo, Alderi, Maxsuell Soares, Gabi Campelo, Gabi Marques, Otto Ramos, Nego Jamaica, Luana Guedes, Eder Pimenta, Davi Galibi, Fernando Soares, Nathalya Ataide, Vanessa Costa, Salamão Cardoso Breno Phermar, Artur e a Feirinha de Brechós. Em nome destas pessoas queremos estender os agradecimentos ao público quem vem pra programação e pira geral.

Mensagens da galera:

Maxsuell Soares – Novos e Usados
“Bom dia boys, aniversário de 10 anos em grande estilo, até São Pedro colaborou, parabéns a todos envolvidos na organização, apresentação, Michel e Hana deram um show, as bandas, todas organizadas, bem equipadas e num nível elevado de desenvolvimento e profissionalismo, o público comparece sempre na bandeira e também deu show, não vi nenhuma confusão, enfim, nosso Estado está muito bem representado musicalroquemente falando. Foi um golaço em final de campeonato!!! N&U sente-se honrada em fazer parte de todo esse movimento musical no Amapá!!!”

Fausto Suzuki
“Otto, se liga que se isso virar realidade, essa vai ser a maior vitória para o rock amapaense – na verdade, para a cena alternativa amapaense – de todos os tempos. Não seria uma vitória alcançada por um ou por um grupo. E sim uma vitória de toda a tribo. Tribo é maior e mais bonita que um simples grupo. O que o movimento alcançou com esse evento é maior do que todos os que trabalharam para que acontecesse: porque o PUBLICO deu show. Essa é uma vitória do público. O máximo de intervenção que vocês farão é dar as possibilidades, mas o público sempre vai ser o responsável, tanto para manter o processo, quanto para manter a qualidade de respeito ao outro, coisa que vi acontecer ontem o tempo todo. O público está de parabéns. Vcs tb, mas em segundo lugar, o melhor segundo lugar que existe. Keep up the good work.”

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HellSk876
“Só o rock tem esse poder de celebrar a amizade .
Como foi bom ver os amigos, distribui tantos abraços, fruto da saudade dos grandes amigos que fiz através desse movimento, amigos de bandas, amigos fãs e etc.
Cada dia que passa, percebo que não há nada mais verdadeiro e arrepiante do que o “O BOM E VELHO ROCK IN ROLL”.
Todos vocês foram foda demais.
Valeu!!!”