O Festival Grito Rock é hoje, de longe, uma das maiores e mais importantes plataformas de articulação em rede, se falando, em cultura e arte independente. Com suas centenas de pontos espalhados por aí, cumpre papel imprescindível na integração de segmentos artísticos, Brasil e Mundo a fora. No ano de “2000 e catarse” (2014), com 400 cidades e 40 países participando do evento, o Grito Rock potencializa ainda mais sua forma de (re)fazer cultura e amplia seus pontos de conexões difundindo mais e mais essa construção coletiva.
Através do festival, o “grito” ocupa com suas múltiplas sonoridades, novas frestas. Enraizando-se e ramificando-se ao “Brasil Profundo”, rico de diversidades, modos de se viver e fazer, criatividade, beleza, enfim: uma das maiores redes de trocas, intercâmbios, construções, solidariedade, entre tantas outras coisas.
Em Poços de Caldas-MG, o festival chega à sua 5ª edição consecutiva. Nestes cinco anos, ele tem sido, através de intercâmbios a nível nacional e internacional, primordial para a construção e circulação da Nova Música Brasileira. As narrativas locais se reformulam a cada edição. Novos agentes, produtores e artistas se conectam, novas relações se estabelecem e o ambiente pouco a pouco se transforma.
Com sua linguagem transversal, o Festival Grito Rock se tornou uma relevante ação política que compõe a agenda cultural/turística nos dias de Carnaval da cidade, incentivando e estimulando o potencial criativo das bandas e artistas que transitam por esse meio. Fato perceptível no aumento do índice de produções autorais nos últimos anos.
Nesse ambiente interiorano, o palco desse potencial de tranformações é o new York Pub, tradicional casa de shows da região. A parceria, economicamente criativa, pende para o lado dos artistas e do público como os maiores beneficiários de toda a ação, e garante ao Festival Grito Rock mais um pilar essencial: a conectividade entre todos os elementos da cadeia produtiva de cultura.
Ferramenta de construção identitária, o Grito Rock extrapola o aposto “alternativa de entretenimento” – é a redefinição dos festivais culturais enquanto propulsores dos arranjos criativos locais nos ambientes diversos deste “Brasil Profundo”.